O que levar em um passeio ou uma viajem de bicicleta ( Cicloturismo ) 
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Quando espalhamos nossas tralhas pela cama e pelo chão para montar nossa bike para a viagem, ou quando fazemos aquela lista de coisas para levar, existe um item que sempre deve ser o primeiro a ser anotado. Você deve pensar quais serão as ferramentas que levará para a cicloviagem. Existem viagens longas, curtas, por asfalto, por terra, pos dias, por meses, por anos, por toda a vida, enfim, muitos estilos diferentes de viajar. Por isso, cada situação pede um kit de ferramentas adequado e funcional para que você não fique na mão e também não precise levar itens desnecessários.
 
Se formos ficar levando itens sobressalentes para cada peça ou parte da bike que pode quebrar ou dar problema durante uma viagem, a melhor coisa a fazer é amarrar uma bike inteira numa cordinha. Como isso é meio inviável em uma cicloviagem, por motivos óbvios, o cicloturista deve escolher muito bem o seu kit de ferramentas, pois cada cicloviagem demanda determinados utensílios.
 
Para evitar carregamento desnecessário de peso – já que ferramentas são robustas e pesam -, leve sempre em consideração revisar sua bicicleta antes de viajar, e tenha em mente o trajeto que fará, que tipo de terreno ou distância irá percorrer e como é a paisagem urbana no decorrer do percurso. Se souber que há bicicletarias, você tem um lugar para um eventual pit stop, por exemplo, e isso dá mais segurança. Mas o princípio básico do cicloturismo é “não dependa dos outros, garanta o seu”.  A regra básica é sempre economizar itens sobressalentes. Nunca se sabe se o pneu que acabou de trocar irá furar de novo, então guarde a câmara furada, por exemplo, para caso precise remenda-la no futuro.
 
Existe o kit básico, que deve estar presente em qualquer tipo de cicloviagem, mas conforme o grau de dificuldade aumenta, ou o terreno fica mais complicado, ou a distância fica muito enorme, mais itens se tornam obrigatórios, a fim de evitar eventuais problemas no meio do nada.
Neste verbete da Biciclopédia, a Pediverde esclarece para você as funções das ferramentas do kit básico e explica em que situações é mais interessante levar alguns itens sobressalentes.
 
As ferramentas básicas e necessárias em qualquer cicloviagem são as que reparam partes da bike que quebram ou desregulam com maior facildade, nesta ordem: camara, pneus, freios, corrente, câmbio. Fora estas partes, o resto da sua bike é provavelmente mais resistente do que você imagina, e dar problema é bastante improvável. Mesmo assim, podem ocorrer eventuais problemas com seus aros ou raios. 
 
O restante das partes da bicicleta não constam nestes exemplos porque se seu pedivela quebrar, ou se seu quadro ou bagageiro racharem, a melhor coisa a fazer é ir a uma bicicletaria, abortar a viagem ou pedir socorro. Não é usual ter itens sobressalentes que reparem esse tipo de dano. E esse tipo de dano é muito improvável de acontecer.
 
IMPORTANTE: SEMPRE FIQUE ATENTO À FORMA DE SE COMUNICAR EM CASO DE ALGUM ACIDENTE, SEJA COM RÁDIOS, CELULAR, GPS ou SINALIZADOR nos casos mais remotos.
 
Kit remendo ou kit reparo
“Kit remendo” ou “Kit reparo” (cola, adesivo e lixa)
 
O kit remendo é o primeiro ítem obrigatório  para qualquer cicloturista. Remendar uma câmera é rápido, fácil, e para quem adquiriu certa experiência, pode-se conserta-la sem nem mesmo tirar a roda da bicicleta. Kit remendo é um iten barato e que pode ser encontrado em qualquer bicicletaria. Geralmente, vem com vários adesivos e umas duas lixas, além da cola.
 
O kit remendo é composto por três itens: uma lixa, um adesivo e uma cola. Ao achar o furo e remover o que o ocasionou, a lixa é a primeira a ser usada e serve para que você retire as imperfeições da câmara, deixando-a lisa para receber a aplicação da cola. Após constatar que a câmera está sem umidade, oleosidade ou sujeiras excessivas na região do furo, já lixada, aplique a cola no adesivo e na câmara e aplique o adesivo por cima do furo.
 
É uma maneira rápida de consertar um furo e seguir viagem. Câmaras podem ser remendadas inúmeras vezes, portanto guarde-as e use-as o máximo que puder, ainda mais em uma cicloviagem.
 
 
Três espátulas
Espátulas
 
Se você não é um ogro que consegue tirar o pneu da bicicleta com as mãos, as espátulas são o segundo item mais importante do kit de ferramentas. Podem ser de metal ou de nylon, mas o pessoal costuma usar mais o nylon porque não danifica o aro. As espatulas de aço, apesar de arranhar o aro, são mais fortes e não ficam moles com o tempo, mas deve-se ter cuidado para não beliscar a câmara na hora de colocar o pneu de volta, ou então terá que fazer tudo de novo.
 
As espátulas são vendidas em trios, porque assim é possível retirar o pneu com mais facilidade. Tem formatos variados, mas geralmente tem um ganchinho, que serve para fixá-las nos raios da roda enquanto pega a segunda e a terceira espátulas para ajudar a operação. Espátulas também são bem baratas e vendidas tanto separadamente como junto com alguns kit remendos.
 
Chave de corrente
Chave de corrente
 
A chave de corrente é, na minha opinião, a chave mais bizarra do kit de ferramentas para bicicleta, mas é também muito fácil de usar, e tem uma importância muito grande em uma cicloviagem. Ficar sem pedalar por causa da corrente é muito frustrante, e isso pode ser facilmente resolvido com uma chave de corrente.
 
A função básica da chave de corrente é remover e adicionar elos à uma corrente usando pouca força e otimizando tempo. Ela tem uma alavanca e um pino com um encaixe que serve para você colocar o elo da corrente que será removido ou adicionado.
 
Para entender a chave de corrente, é preciso entender a corrente. Os elos de uma corrente de bike são unidos por um fino e resistente eixo (também chamado de pino) que liga um elo ao outro. Esse pino é o que segura a corrente e é onde a força da traçao é absorvida.
 
Com o tempo, esses pinos vão ficando mais frágeis e podem deixar um elo romper, e quando isso acontece, o melhor que se tem a fazer é remover este elo e ligar novamente a corrente, que passará a ter um elo a menos.  Não se preocupe, ele não fará tanta falta assim, mas caso tenha que fazer isso, não esqueça de que, assim que vir uma bicicletaria, você deve parar e trocar a corrente por uma nova, para evitar problemas em um próximo trecho de sua viagem ou numa futura viagem.
 
Para utilizar a chave de corrente você deve encaixar o elo a ser removido ou adicionado no encaixe e fechar a chave. Depois, gire a alavancar até que o pino da chave de corrente ocupe o lugar do eixo do elo, removendo o completamente. Gire para o sentido oposto e remova a chave de corrente e voilá!
 
Camara reserva: fique atento ao tamanho e aro, pois existem vários tipos
 
Câmaras reservas
 
Ter um kit remendo é muito bom e resolve muita coisa, mas levar câmaras reservas pode salvar sua viagem. Às vezes, o furo da câmara pode ser grande demais e então você terá que troca-la. Sempre recomendo que se leve duas câmaras reserva, mas em grupo é possível levar só uma e, em último caso, peça uma emprestada ao seu companheiro. Só não esqueça de comprar outra para seu amigo depois, pois não é legal ficar sem.
 
As câmaras reservas demandam a retirada das rodas, pois só é possível retirar o pneu e colocar a nova câmara com a roda desmontada. Para remover a roda, sempre lembre de, antes, abrir o freio para que o pneu passe. Se você esquecer, pode forçar o freio e entorta-lo ou quebra-lo.
 
Depois de remover o freio, você pode retirar a roda. Algumas bicicletas possuem quick release, que é uma alavanca prática. Basta virar a alavanca que a roda fica livre para ser retirada. Caso a sua bicicleta não possua essa alavanca, você terá que possuir uma “chave 15″, que é uma chave de boca tamanho 15, que irá permitir a remoção do parafuso do eixo da roda para que ela seja retirada da bicicleta.
 
Depois de retirar a roda, use as espatulas para remover o pneu completamente, ache o furo e o causador dele. Então troque a câmara e reposicione a roda na bicicleta. É fácil, mas para algumas pessoas pode parecer um pouco duro. Em algumas bikes é necessário um pouco de força para fazer isso.
 
Canivete Allen
 
Canivete allen ou jogo de chaves allen
 
O canivete é uma invenção abençoada, pois poupa o ciclista de carregar diversas ferramentas que podem se perder. Bicicletas, em geral, são montadas com parafusos tipo “allen”, que possuem uma cabeça octogonal de baixo relevo, sendo possível apenas operar estes parafusos com chaves “allen”, também chamadas de octogonais.
 
O canivete allen é vendido em toda bicicletaria e existem infinitos modelos com infinitas combinações de funções. O mínimo necessário é possuir o jogo de chaves Allen para bicicleta, mas alguns possuem chave de corrente e até mesmo chaves philips e de fenda. Com certeza, um item indispensável no cicloturismo. É com o canivete allen que se pode regular câmbios, freios, montar ou desmontar quase toda a sua bicicleta, com exceção das rodas e do pedivela, que precisam de outras ferramentas.
 
Fitas Hellemann
 
Fita Hellemann (“enforca gato”)
 
Isso é algo que pode ser muito útil para uma eventual gambiarra que você tenha que fazer. A fita Hellemann é aquela fita preta ou branca, plástica, mais conhecida como “enforca gato”, que você passa por dentro dela mesma e vai apertando para fixar as coisas em posições ou segurar coisas na bike ou no capacete. Um saquinho custa uns R$ 3 reais e vem umas 50 fitas, que durarão anos. Existem diversos tamanhos, e eu gosto de levar algumas grandes e outras pequenas.
 
Tensores elásticos
 
Tensores e cordas
 
Tensores elásticos com ganchos nas pontas e cordas são bons para casos em que precise prender melhor os seus alforjes para que não fiquem batendo, como pro exemplo puxa-los para trás para o calcanhar não bater ao pedalar. Outro uso é para quando estiver em grupo e um dos integrantes não estiver mais em condições de pedalar, seja por condicionamento físico ou por ventura de algum acidente, e então você pode improvisar um carreto.
 
Para fazer o carreto, amarre uma das pontas no seu canote ou bagageiro (se ele for de aço ou ferro) e a outra ponta na mesa. Outra forma é amarrar as duas pontas no guidão da carona, passando a corda pelo canote. Assim, a força é equilibrada.
 
Pneu reserva
 
Pneu reserva é um item que não é muito usado. Primeiro, por ocupar muito espaço na bagagem, depois porque pneus não estragam tão facilmente, e normalmente trocando a câmara você já pode resolver o seu problema.
 
Mesmo assim, em viagens maiores, de meses ou anos, em que você irá passar por terrenos muito asfaltados e muito desnivelados, é interessante levar um par de pneus reserva, mas procure comprar os modelos que são dobráveis, pois ocupam bem menos espaço e podem ser guardados em compartimentos pequenos. Se você usa pneus slick, leve um par de pneus com cravo, e vice-e versa.
 
“Ah, mas e se eu usar um pneu misto?”, alguns perguntarão. Bom, a escolha sempre é sua, mas na minha opinião o pneu misto é aquele pneu que não é tão bom para o asfalto nem tão bom para a terra.
 
Repetindo, não é um item essencial, mas pode ajudar em viagens mais longas.
 
Pastilhas de freio
 
Pastilha de freios reserva
 
Assim como pneus reserva, ter um par de pastilhas de freio reserva pode salvar sua descida. Também é um item para viagens mais longas, nas quais você pode passar muitos km de descida e gastar todo o seu freio. Se isso acontecer, ou você terá que descer o restante das descidas de forma mais cuidadosa e devagar, perdendo muito tempo, ou você pode trocar as pastilhas e otimizar tempo de sua viagem. Para trocar as pastilhas, tenha em mãos chaves allen próprias para os parafusos de seu freio, seja ele cantilever ou v-brake. Após substituir as pastilhas, regule o freio em altura e posição, sem deixar que as pastilhas encostem no pneu, apenas no aro, e de forma que elas fiquem em formato de “V” visto de cima.
 
Como o freio a disco não é indicado para cicloturismo, não entrarei no mérito deste tipo de freio. Ele é muito sensível, possui manutenção difícil e cara, e portanto não é indicado para a prática. Além disso, se você retirar uma roda com freio a disco e, sem querer, frear no manete de seu guidão, a pinça se fecha e gruda, sendo muito difícil reabri-la para reencaixar a roda.
 
Raios reserva
 
Raios reserva e chave de raio
 
Raios reserva são muito úteis porque são leves e não ocupam espaço, mas quase não são usados. Uma roda continua a desempenhar sua função sem maiores problemas com até três raios a menos, ou seja, para ter que trocar um raio, você teria que arrebentar três ou mais, e até que isso aconteça, você provavelmente já terá passado por diversas bicicletarias.
 
De todo modo, levar raios reserva pode ser útil caso o inesperado ocorra e você tenha que trocar ou remover um raio que estourou e não permite mais que a roda gire livremente.
 
Para trocar um raio, dá trabalho. É necessário remover a roda, a câmara e a fita de raio e então, com uma chave de raio, desparafusar a extremidade do raio. Depois de colocar o novo, é preciso tensiona-lo apertando novamente o suficiente para manter a roda alinhada. Cuidado, pois os raios são apertados em várias partes do aro de sua roda para mante-la alinhada e girando sem problemas, então sempre esteja atento à tensão de seus raios.
 
                                                   
Chave de raio
 
A chave de raio é um item pequeno, com diversas medidas de raios, e pode ser encontrada em bicicletarias. Seu preço é baixo, então é um investimento que vale a pena.

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Fonte : www.pediverde.com

 

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